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Convento de Santa Clara-a-Velha

Dados do Património
Nome:Convento de Santa Clara-a-Velha
O Convento de Santa Clara de Coimbra, popularmente conhecido como Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, localiza-se na margem esquerda do rio Mondego, perto da Baixa da cidade de Coimbra, no distrito de mesmo nome, em Portugal.
Constitui-se em um curioso exemplar de um óbvio momento de experimentação do estilo gótico no país. Este templo inscreve-se, pela sua importância enquanto estaleiro-escola, numa conjuntura de gradual influência e aceitação da Ordem dos Frades Menores na corte e na sociedade portuguesa em geral.
O primitivo núcleo de monjas clarissas foi fundado em 1283 pela abadessa Dona Mor Dias. O edifício atual foi mandado construir por D. Isabel de Aragão em 1314, no local desse primitivo núcleo. A rainha, particularmente dedicada à Ordem, depois de viúva ingressou na Ordem Terceira de São Francisco e fazendo-se sepultar numa magnífica arca feral neste mesmo Mosteiro.
Foi ainda no antigo Paço da Rainha que D. Pedro e Inês de Castro viveram, sendo também ali que D. Inês acabaria por ser executada.
A nova igreja foi consagrada em 1330. A sua traça respeita, em termos de planta e alçados, a disposição dos templos de Clarissas - três naves de sete tramos, sem transepto, e cabeceira com três capelas (as dos extremos quadrangulares; a capela-mor poligonal).
As primeiras campanhas construtivas, de 1316 a 1325, são de responsabilidade do mestre Domingos Domingues, depois sucedido pelo mestre Estevão Domingues. Estevão cobriu a nave central com uma abóbada de berço quebrado sustentada em arcos torais de grande porte, desistindo, ao que parece, de a cobrir com cruzaria de ogivas. Entretanto, nas naves colaterais optou claramente por este sistema, apesar de grandes imperfeições técnicas a que não serão estranhas dificuldades de implantação do templo, que muito cedo se afundaria nos campos alagados às margens do Mondego. Apesar dessas dificuldades, o objectivo do mestre foi conseguido: o de construir um templo vertical (ainda que hoje o afundamento e o piso intermédio construído nos impeçam de perceber as proporções esguias do conjunto), bem iluminado por frestas laterais de grande altura.
O mosteiro ficou marcado, ao longo dos séculos, por sucessivos alagamentos provocados pelas cheias do Mondego, fenómeno que ditou, em 1677, o abandono definitivo das suas instalações. Nesse espaço desocupado, imerso nos sedimentos que apenas deixavam visível a parte superior da igreja, criou-se uma imagem de ruína romântica, classificada como Monumento Nacional desde o início do século XX.
Recuperação
Em 1991 foi iniciado um ambicioso projecto de recuperação e valorização do seu sítio, com orçamento na ordem dos 7,5 milhões de euros, sob a coordenação do Arqueólogo Artur Côrte-Real, atual diretor do espaço museológico.
A campanha arqueológica estendeu-se entre 1995 e 2000, colocando a descoberto a parte inferior da igreja e o claustro, permitindo recolher um espólio significativo do passado conventual. Em 2001 lançou-se um concurso internacional para a recuperação do monumento, vencido pelo ateliê 15, com projeto a cargo dos Arquitetos Alexandre Alves Costa, Luís Urbano e Sérgio Fernandez. Foi aberto ao público a 18 de Abril de 2009.
O mosteiro acolheu durante muito tempo as freiras clarissas, que viviam em clausura. Essas religiosas deixaram um importante espólio de porcelanas e faianças, rosários, anéis e muitos outros objectos que permitem reconstruir o seu dia-a-dia, patente numa exposição atualmente instalada no centro interpretativo, que acolhe "a história do sítio"
Este novo centro consiste num edifício de mil metros quadrados, com funções museológicas, dotado de um auditório, salas de exposições, uma loja e uma cafetaria.
O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, foi contemplado com o prémio Europa Nostra 2010, um dos mais importante galardões europeus

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